Crab statue in front of Pernambucano High-School. Recife, Pernambuco, Brazil.
* História *
Em 1825, logo após a Confederação do Equador, foi criado, por decreto do presidente provincial José Carlos Mayrink, com o nome de Liceu Provincial de Pernambuco, funcionando nas dependências do Convento do Carmo.
Em 1844 foi transferido para a rua Gervásio Pires, para logo depois instalar-se no prédio da Alfândega e, em seguida, para um prédio no mesmo bairro, onde funcionava a Companhia dos Operários Engajados.
Em 1846 foi para a casa de sessões do júri e, pouco tempo depois, para a rua da Praia, mudando-se logo a seguir para a rua do Hospício, onde ficou até 1850.
Em 14 de maio de 1855 mudou de nome, para Ginásio Pernambucano.
Em 9 de dezembro de 1859 recebeu a visita do Imperador Pedro II, que veio ver a construção de seu novo prédio, na Rua da Aurora, cuja pedra fundamental fora posta em 15 de agosto de 1855, um projeto de José Mamede Alves Ferreira.
Em 1 de dezembro de 1866 instalou-se em suas novas dependências.Em 1893, no governo de Alexandre José Barbosa Lima, recebeu o nome de Instituto Benjamin Constant, porém voltou rapidamente à antiga denominação.
Em 1942 mudou novamente a denominação para Colégio Pernambucano e, logo a seguir, para Colégio Estadual de Pernambuco.
Por decreto do governador Eraldo Gueiros Leite, de 31 de dezembro de 1974, volta à antiga denominação de Ginásio Pernambucano.
Por suas salas de aula passaram personagens importantes de Pernambuco, quer na condição de alunos, quer na de professores.
* Alunos Famosos*
Entre muitos, destacam-se, Abdias Moura - sociólogo, jornalista e escritor; Ariano Suassuna - escritor e dramaturgo; Celso Furtado - economista; Clarice Lispector - escritora; Epitácio Pessoa - político.
* Caranguejo- Uça *
Imortalizado na voz de Gilberto Gil, o Caranguejo-Uçá não poderá mais ser capturado, indiscriminadamente, em solo pernambucano. O Ucides Cordatus (nome científico) é um dos principais símbolos do Nordeste e essencial para o ecossistema litorâneo. A catação irrestrita do animal implica em desequilíbrio para o meio ambiente e, por esta razão, está sendo proibida por meio do Projeto de Lei nº 1022/09.
* DO MANGUE AO MANGUEBEAT *
“Emergência! Um choque rápido ou o Recife morre de infarto!”
Em 26 de novembro de 1990, o Jornal de Commercio de Pernambuco divulgava uma pesquisa feita pelo Institut Population Crisis Commitee de Washington em que Recife aparecia como a “quarta pior cidade do mundo para se viver”.
Enquanto isso, um grupo JOVENS amigos se perguntava “(...)o que fazer para não afundar na depressão crônica que paralisa os cidadãos? Como devolver o ânimo, deslobotomizar e recarregar as baterias da cidade?”
A resposta estava nos manguezais da cidade de Recife:
“Simples! Basta injetar um pouco de energia na lama e estimular o que ainda resta de fertilidade nas veias do Recife. Essa injeção de energia seria dada por um (...) “circuito energético”, capaz de conectar as boas vibrações dos mangues com a rede mundial de circulação de conceitos pop.”
Foi assim que Fred Zero Quatro, da banda mundo livre s.a., relatou a articulação de um dos movimentos culturais mais importantes do Brasil nos últimos anos: o Movimento Manguebeat. Esses são trechos de “Caranguejos com Cérebro”, o “Primeiro Manifesto” desse movimento.
Tudo começou entre festas e mesas de bar, e se chamava Cena Mangue.
Nas palavras de Renato L, o”ministro da informação” dessa cena:
“Eu estava no Cantinho das Graças, um bar sem qualquer atrativo freqüentado pela galera. Na mesa acho que bebiam Mabuse, Fred, Vinicius Enter e outros. De repente, Chico apareceu e sem nem sentar foi anunciando “olha fiz uma jam session com o pessoal do Lamento Negro e mesclei uma batida disso com uma batida daquilo e um baixo assim...vou chamar esse groove de Mangue! Na hora, ficamos sem saber o que era mais interessante, o som ou a palavra usada para sintetiza-lo. Aquele era o rótulo! Como todo mundo tinha um sonho em mente e um esboço de trabalho em conjunto havia se delineado em algumas festas, a tentação de ampliar o conceito surgiu de imediato.”
O conceito Mangue, então, foi ampliado para a criação de uma Cena, termo inspirado na Cena Punk criada por Malcom Maclaren.
Tendo se iniciado em torno das bandas mundo livre s.a. e Chico Science & Nação Zumbi, a Cena ultrapassou o campo da música, incorporando outras áreas, como o cinema (com o chamado Árido Movie) e a moda (com coleções como a do estilista Eduardo Ferreira).
Foi em 1992 que Fred Zero Quatro escreveu “Caranguejos com cérebro” que, originalmente, não era um manifesto. Era, sim, um release escrito para uma coletânea que mundo livre s.a. e Chico Science & Nação Zumbi pretendiam lançar conjuntamente. Recebido euforicamente pela mídia local, o release foi o estopim para a transmutação da Cena em Movimento.
A imprensa divulgou o release como manifesto e passou a chamar a Cena de Movimento, acrescentando o adendo bit ao rótulo Mangue, devido à música Manguebit (mundo livre s.a.). Posteriormente, se confundiu a sonoridade de bit com beat, e chegou-se à forma como o Mangue ficou conhecido internacionalmente: Movimento Manguebeat.
Inicialmente, os mangueboys rejeitaram o enquadramento como movimento, pois acreditavam que o termo “cena” era mais adequado para designar o ambiente lúdico e diverso que pretendiam criar.
Gradualmente, foram aceitando a denominação de movimento dada pela mídia, em um processo que revela um diálogo entre a mídia e os artistas da Cena.
Hoje se fala em Cena, em Movimento, em Bit, em Mangue, em Beat.
Mas também se pergunta: o Mangue – Beat ainda existe ou se perdeu com a década de 1990? Há bandas novas em Recife que dizem nada ter a ver com o Mangue, e alguns as chamam de off-mangue.
Já há outras que se dizem filiadas àquela Cena criada no início dos 90’s e são vistas como fazendo parte do que se tem chamado de Pós-Mangue. Polêmicas à parte, parece unanimidade que, ainda existindo ou não, Manguebeat se tornou uma referência no cenário cultural brasileiro.
Para mais sobre o Mangue, acesse o blog “Na lama” (http://rejanecalazans.blogspot.com/), que divulga os caminhos e descaminhos da pesquisa “Mangue: a lama, a parabólica e a rede”, que se desdobra em um documentário sobre a Cena.
Lá tem dicas de leitura, clipes, sites, etc. sobre a Cena Mangue que surgiu no início da década de 1990 e seus desdobramentos na Cena de Recife atual.
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